Noves fora…. cinco
15,00€
Autora: Ana Paula Figueira
Design: Pedro E. Santos
Formato: 17 x 24 cm
Capa Mole
152 páginas
ISBN: 978-989-36096-2-0
Descrição
Resumo:
Este livro reúne 59 crónicas, das mais de duas centenas que a autora já viu publicadas desde 2011 até agora. Representa, segundo a própria, o corolário de um ciclo da sua vida que se fecha e, ao mesmo tempo, se refaz. Tem a ambição de vir a ser um espaço de encontro, de memórias e de promessas, entre quem o escreveu e quem decidir lê-lo, entre aquilo que cada um foi e aquilo que deseja vir a ser.
Introdução
Em 2011, a convite do jornalista Paulo Barriga, na altura director do jornal Diário do Alentejo, comecei a escrever crónicas de opinião. Nunca o tinha feito e, a bem da verdade, nem sabia por onde começar. Mas, o facto de o Paulo ter acreditado em mim, foi um forte estímulo para descobrir (mais) este caminho. Posteriormente, em 2021, é o director do jornal digital o Atual que me faz semelhante invitação. Sinto-me honrada por tal consideração, no caso do Diário do Alentejo, reiterada pelos posteriores directores. A todos eles aproveito para expressar a minha gratidão.
Hoje, depois de mais de duas centenas de crónicas e prestes a fazer sessenta anos, resolvi reunir algumas delas, mais precisamente cinquenta e nove, e dá-las à estampa neste Noves fora…cinco.
Ao conceber uma crónica é meu apanágio misturar vários géneros literários, em particular o lírico e o narrativo, para expor uma visão sobre determinado assunto, deixando ao leitor a tarefa de dialogar, à sua medida, com o texto. A intemporalidade dos temas é facilitadora nesta tarefa e, por isso, esse foi um critério para a presente selecção.
Os textos estão organizados pela ordem alfabética dos respectivos títulos. É feita uma discreta menção ao ano em que foram escritos pelo facto de alguns remeterem para acontecimentos passados, se bem que estes são o móbil que serviu para a concepção do texto e não a sua essência. Ou seja, a palavra que atravessa esta obra é “transformação”, sem qualquer pretensiosismo evolutivo. Um pouco como em certas escritas em que não se sabe exactamente onde começa a personagem e acaba o narrador. Isso pode gerar uma certa confusão. Mas uma confusão boa! No fundo é “jogar” com a incerteza, tal como Hitchcock exaltava: “play them like an organ”!
Este livro, nesta precisa altura, é também uma forma que encontrei de homenagear um ciclo da minha vida que se fecha, mas que também se refaz. Tal como o Sol e as marés que todos os dias se despedem para voltarem a nascer.
O título espelha este propósito: a prova dos nove ou noves fora é um método para verificar erros nas quatro operações aritméticas básicas, consistindo em tirar os noves dos números de entrada e saída da conta. Também na vida é preciso abandonar o acessório para que nos concentremos no essencial. No caso, esta “essência” é configurada nas cinco pessoas que assinam o prefácio, cada uma delas, à sua maneira, importante, para que estes textos, quase todos acompanhados de ilustrações originais, existam e tenham sido publicados.
Por fim, quero deixar ao leitor um sinal de esperança. O facto de apenas um dos textos da colectânea ter sido escrito e publicado em 2025 significa que se trata igualmente de um ponto de partida. Também o marcador feito com papel-semente reflecte esta pretensão. Poderão semeá-lo, viver as peripécias e as dificuldades que derivarem do seu crescimento e, por fim, colher o fruto. Tal como é descrito na Parábola de Jesus do Grão de Mostarda, a pequenez da semente não a impede de se tornar uma árvore.
Que este livro possa ser um espaço de encontro, de memórias e de promessas, entre quem o escreveu e quem decidir lê-lo, entre aquilo que fomos e o que ainda podemos ser.
Ana Paula Figueira
Beja, Março de 2025